segunda-feira, 30 de maio de 2011

Você é Importante

Existe somente um VOCÊ. Pense nisso. Seu rosto e traços, sua voz, seu estilo, seu pano de fundo, suas caracterís­ticas e peculiaridades, suas capacidades, seu sorriso, seu andar, seu aperto de mão, sua maneira de expressão, seu ponto de vista . . . tudo o que se refere a você se encontra num único indivíduo desde que o primeiro homem passou a existir — VOCÊ.
Como é que isso faz você sentir-se? Franca­mente, estou eufórico!
Cave tão profundamente quanto lhe apraz nos arquivos antigos, empoeirados do Homo sapiens e você não encontrará outro VOCÊ em todo o lote. E isso, a propósito, não "aconteceu simplesmente"; foi planejado assim. Porquê? Porque Deus desejava que você fosse VOCÊ, só por isto! Ele desenhou você para ser uma pessoa única, distinta, significativa, diferente dos demais indivíduos na face da terra, atra­vés da vasta expansão do tempo. Em seu caso, como no caso de qualquer outro ser humano, o molde foi quebrado, para nunca ser usado de novo, uma vez que você entrou no fluxo da humanidade.
Ouça a perspectiva de Davi sobre esse as­sunto:

Tu criaste todas as partes internas do meu corpo; Tu uniste todas essas partes para formar o meu corpo, enquanto eu ainda estava no ventre de minha mãe. Eu te agradeço por me teres criado de maneira tão perfeita e maravilhosa! O teu trabalho é um verdadeiro milagre, e na minha alma sei disso muito bem. Tu conhecias perfeitamente cada parte do meu corpo enquanto eu ainda estava sendo formado no ventre de minha mãe, como a semente que cresce debaixo da terra. Antes mesmo do meu corpo tomar forma humana Tu já havias planejado todos os dias da minha vida; cada um deles estava registrado no teu livro!
(Salmo 139:13-16, BV).

Se leio corretamente esta verdade estarrecedora, vejo que você foi estabelecido e depois apresentado a este mundo exatamente como Deus o dispôs. Reflita nessa verdade, amigo desanimado. Leia uma vez mais as palavras de Davi, e não menospreze esta afirmação: Deus está pessoalmente envolvido nos pró­prios dias e detalhes de sua vida. Grande privilégio!
Em nossa era densamente povoada, cheia de crise de identidade, é fácil esquecermos isto. A individualidade é menosprezada. Pe­dem-nos que nos conformemos ao "sistema". A opinião do grupo é considerada superior à convicção pessoal, e desde a fraternidade na faculdade até ao clube de serviço do empresá­rio, a tendência é para incentivar nossa aco­modação no molde das massas.
Está certo "fazer o que lhe apraz" enquanto for semelhante aos outros, quando eles fazem "o que lhes apraz". Qualquer outra coisa está errada. Que estupidez!
Isto resulta naquilo que eu chamaria de síndrome da imagem, especialmente entre os membros da família de Deus chamados cris­tãos. Há uma "imagem" que a igreja deve manter. O pastor (e seus auxiliares) deveria "ajustar-se à imagem" aos olhos do público. De igual modo todos os que estão em postos de liderança. Os programas da mocidade, as conferências sobre missões e as ênfases evangelísticas não se atrevem a desviar-se muito da imagem excepcional estabelecida num passado. Quando, ninguém sabe exatamente.
Nossa comunhão deve ser amistosa, mas cheia de lugares-comuns. Nosso amor deve expressar-se, mas não sem suas fronteiras frias. O método criativo, livre e algumas vezes completamente diferente ameaça de tal mo­do os guardas da "síndrome da imagem", que o indivíduo se pergunta como retemos qual­quer corrente de ar fresco que sopre através das janelas da flexibilidade e espontaneidade.
Minha mente pousa sobre um colhedor de figos de Tecoa . . . um pastor rústico, ossudo, que era quase tão sutil como um caminhão Scania na Rodovia que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. Ele não tinha tato, não era sofisti­cado, falava alto, não era instruído e coopera­tivo. Seu nome era Amos. Não há nisso nen­hum problema. Ele era pregador. Esse era um problema. Não se ajustava à imagem . . . mas recusava-se a permitir que isso o aborrecesse.
Ele foi chamado (imagine só!) para trazer as mensagens matutinas no santuário do rei. E isso ele fez. Suas palavras penetravam aqueles tetos abobadados e bancos gelados como setas flamejantes. A seu próprio modo, cren­do firmemente em sua mensagem, ele preci­pitou-se contra o pecado como uma galinha sobre um besouro ... e os "guardas de ima­gem" de Israel lhe disseram que ficasse em silêncio, que fosse mascatear sua doutrina de destruição lá nos cafundós de Judá. Seu estilo rústico não combinava com a pelúcia, com a "residência real" em Betel (Amos 7:12-13).
Cônscio da tentativa deles de colocar seu método numa camisa-de-força e reestruturar sua mensagem, Amos respondeu:

"... Eu não era profeta, nem filho de profeta, mas boieiro, e cultivador de sicômoros. Mas o Senhor me tirou de após o gado, e me disse: Vai, profetiza ao meu povo Israel."
(Amos 7:14-15).

Amos não estava disponível para ser algo que ele não era! Deus o criou, Deus o chamou, e Deus lhe deu uma mensagem a ser comuni­cada a seu próprio e único modo. Um desistente do Ginásio de Tecoa não tinha o direito de tentar parecer ou exibir os ares de um graduado da Universidade de São Paulo.
Escrevo a um Amos? Você não se "encaixa no molde"? Foi isso que enviou você ao vale do desânimo? Você não se parece com todos os demais cristãos, nem se assemelha ao santo "padrão" . . nem atua como a maioria?
Aleluia! Não se afadigue, meu amigo. E não se atreva a mudar só porque você é uma figura deslocada. Nesse caso você não seria VOCÊ.
O de que a igreja necessita é de um bocado mais de fiéis colhedores de sicômoros que tenham a coragem de ser simplesmente eles mesmos, de qualquer maneira. Todo aquele que for responsável por padronizar as fileiras dos cristãos deveria ser fuzilado ao amanhe­cer. Em assim fazendo, eles ignoraram por completo o valor da variedade, a qual Deus planejou para sua igreja quando ele "colocou os membros no corpo, cada um deles como quis" (I Coríntios 12:18).
Você é VOCÊ. Existe somente um VOCÊ. E VOCÊ é importante.
Deseja começar a sentir-se melhor? Real­mente deseja banir o desânimo? Posso dizê-lo em três palavra:
Comece sendo VOCÊ.


Dê-me ânimo
Charles R. Swindoll

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